terça-feira, 2 de junho de 2015

Palavras


Meus males se aninham
Represados na minh’alma,
Sinto uma paz intensa
Que encanta meu canto.

Tormentos só da chuva
Bate furiosa nos vidros
Gatos mágicos se permutam
Latidos que me recebem
Aos pulos de regozijo.

Que será dos meus perfumes
Borboletas, formigas,
Do roxo que me alegra
Das flores que cultivo!

Procuro em testamento
os escritos que espalho,
tantas vezes ao relento,
vida que vou vivendo.
As vezes desbotada
as vezes lavada
a vida que estou tendo,
Eu gosto das cores
Não sou preto e branco.

Deixo sim em testamento
Por mim escrito, assinado;
A vida só tem sentido
quando em cores vivida.

Cada momento escolhido
com delicada leveza
Pois só o tempo sabe,
Não pergunta, não responde
Não esquece nem perdoa
Apenas passa, indiferente
...inexoravelmante!