terça-feira, 25 de agosto de 2015

Quase uma Oração

Deus! as vezes a vida é tão difícil
sinto um peso tão grande,
quero olhar para as nuvens,
procurar uma luz no horizonte,
é o silêncio que me perturba
o que fazer assim tão parada
por que não vejo o sol
sou fraca, sou frágil,
não sou valente
nem corajosa
enfrento falsamente
não estou feliz
não posso aceitar
sentar numa cadeira
e olhar o horizonte
até anoitecer
e adormecer
eu, que queria ser uma velha alegre,
dançando valsas aos setenta
estou desfeita e nem lá cheguei.
Não tenho coragem
Apunhalo meus versos
apunhalei minha vida
Como entender aceitação
E o que é aceitação?
desapego?
é perda,
chorar uma lágrima
sem som,
com os olhos apertados
sem alegria para dar,
nem viço, nem brincos
os braços vazios dos afagos,
O que deixei,
eu, minha Lili, minha casa
como vou me perdoar?
eu mesma
esperar
compreender
desatar os nós
que me prendiam ao meu ninho
Deixei que se perdesse
Mas serei feliz
mesmo assim, sem Lili
serei feliz assim
farei de um quarto uma vida
Deus, como é difícil
sou tão pequena neste Universo
como vou merecer Seu olhar
como assim, eu que era paixão
minha vida escapou por entre meus dedos
por meu silêncio
minha angústia
minha incompreensão
não aceitação
limitação
só sei ouvir o barulho do mar
o que mais vou fazer?
pastel de Sta Clara!
Amém.



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